Em meio à crise política, CBF anuncia afastamento de Rogerio Caboclo da presidência da instituição
- Matheus De Angeli
- 13 de jun. de 2021
- 2 min de leitura
Após denúncia de assédio sexual, Comissão de Ética afasta Caboclo por pelo menos 30 dias
Na noite de domingo, dia 6, a Comissão de ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu pelo afastamento de Rogério Caboclo da presidência pelos próximos 30 dias, após denúncia de assédio sexual.
De acordo com o Código de Ética da CBF, as investigações devem começar um dia depois do afastamento, portanto, na segunda-feira (7). Caboclo será investigado por duas comissões distintas de membros da entidade.
Com o afastamento de Rogério Caboclo, o vice-presidente a assumir é Antônio Carlos Nunes, figura bem conhecida no futebol nordestino. O Coronel Nunes, como é conhecido, fica no cargo pelos próximos 30 dias até que se decida a sentença de Caboclo.

Rogério Caboclo (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Copa América
O afastamento ocorre em meio a uma crise institucional sem precedentes, nos últimos dias a CBF esteve envolvida nas negociações junto ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o recebimento da Copa América, competição que foi rejeitada por Argentina e Colômbia. A polêmica em torno da realização do torneio fica por conta do alto número de casos de Covid-19 no país, o Brasil tem sofrido com a alto índice de mortes, batendo a marca de 486 mil mortos pelo novo coronavírus, de acordo com dados das secretarias de saúde.
A instabilidade organizacional ocorre também por uma possível interferência política, já que foi prometido ao presidente Jair Bolsonaro a demissão de Tite do comando técnico da seleção, o nome sugerido foi o de Renato Gaúcho. A interferência política na CBF pode gerar sérios danos ao futebol nacional, a seleção brasileira corre o risco de ficar fora da Copa do Mundo de 2022 caso a interferência de fato aconteça, isso de acordo com as regras da FIFA, órgão que regulamenta o futebol mundial.
Histórico de corrupção
Não é a primeira vez que a CBF e seus mandatários estão nos holofotes, os últimos presidentes da organização foram afastados por escândalos. Conheça os antecessores de Rogério Caboclo que também foram afastados do cargo.
João Havelange, 1958 a 1975, considerado um dos cartolas mais poderosos da história do futebol, deixou a entidade após diversos casos de corrupção e ao deixar o comando do futebol nacional para seu genro, Ricardo Teixeira.
Ricardo Teixeira, 1989 a 2012 é genro de Havelange, Teixeira foi expulso do futebol depois de ser acusado de receber propinas de mais de R$ 30 milhões de reais provenientes da venda de competições sul-americanas, além da acusação de receber suborno para votar no Catar como sede da Copa de 2022.
José Maria Marin, 2012 a 2015. Marin teve participação em esquemas de milionários de marketing esportivo e em troca de direitos de transmissão de competições esportivas. O dirigente foi pego no esquema de corrupção chamado “FIFA Gate” que resultou na queda do presidente da FIFA, Joseph Blater e de diversos outros dirigentes internacionais, resultando em uma prisão de seis meses na Suíça em investigação do FBI.
Marco Polo Del Nero, 2015 a 2017. Banido do futebol, Del Nero tem influência na gestão atual da CBF e estava envolvido no “Fifa Gate” de seu antecessor Marin. Além disso, Del Nero tem ligações com Caboclo que foi afastado do cargo, Caboclo só consegui se eleger com o apoio de seu antecessor que está banido do futebol.
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